Donald Moss, Ph.D.,  é membro adjunto da equipe da graduação em psicologia da saúde na  Saybrook Graduate School em San Francisco, Califórnia, e  colabora com três clínicas de saúde  comportamental no oeste de Michigan. Donald é editor da revista Biofeedback,  editor associado da Applied Psychophysiology and Biofeedback e editor consultor  do Journal of Neurotherapy e do Journal of Phenomenological Psychology. Dr.  Moss tem mais de 50 publicações nos campos psicofisiologia, biofeedback e  terapias de corpo e mente, incluindo um livro editado (Handbook of Mind Body  Medicine for Primary Care, Sage, 2003).  
                                 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                
                                
                                Fred Shaffer, Ph.D., é professor de psicologia na Truman  State  University e fundou um programa  inovador de de biofeedback e   psicofisiologia aplicada em 1977. Em 2005, ele recebeu o prêmio AAPB  Sheila Adler por seus serviços. Fred é o editor e autor do  Biofeedback Tutor, um programa multimídia de  treinamento desenvolvido para o exame geral em Biofeedback da BCIA. O  foco de sua pesquisa se concentra em variabilidade de ritmo cardíaco e  auto-regulação respiratória. 
                                 
                                 
                                 
                                 
                                O que é Variabilidade do  Ritmo Cardíaco? 
                              Por variabilidade nós queremos dizer mudanças no  intervalo ou distância entre um batimento do coração e o próximo. O intervalo  entre batimentos (IBI) é o tempo entre uma onda R (ou batimento ) e o próximo em milissegundos. O IBI  é altamente variável dentro de qualquer período de tempo. Múltiplos ritmos  biológicos se sobrepõem para produzir um padrão de resultante de variabilidade.  Variações de IBI, ou HRV, são relevantes para funções físicas, emocionais  e mentais. Muitas pessoas confundem  freqüência cardíaca com variabilidade do ritmo cardíaco.  O coração humano é uma bomba bioelétrica de  quatro cavidades que bate a um ritmo que muda constantemente: ele não é como um  relógio que bate a um ritmo constante. Essa variabilidade no ritmo cardíaco é  uma qualidade adaptativa em um organismo saudável. 
                              Como se mede a Variabilidade do Ritmo  Cardíaco? 
                              Uma das medidas da HRV é a diferença entre a  freqüência cardíaca mais alta e a mais baixa em um ciclo cardíaco, medida em  batidas por minuto. Esse índice é chamado “ HR Max — HR Min”.Outro índice de  HRV amplamente utilizado em pesquisa médica é o     desvio padrão do intervalo N a N (SDNN 
                                O intervalo N a N é o intervalo de batimento a  batimento normalizado. O SDNN é o desvio padrão desses intervalos, uma medida  de quão variáveis esses intervalos são e é medido em milissegundos (ms).  Por fim, um terceiro índice de  variabilidade , mais confiável em avaliações  de curto período, é o chamado pNN50. Este índice mede a porcentagem do IBI que  difere de IBIs vizinhos em 50 milissegundos ou mais. O pNN50 é expressado em  porcentagens. 
                              É possível treinar indivíduos  para aumentar a sua HRV? Existe um valor ideal de HRV? 
                              O estudo científico da HRV é relativamente  recente e apenas nos últimos dez anos se tornou possível treinar pessoas para  mudar a sua variabilidade de ritmos cardíacos. Profissionais que utilizam o  biofeedback perceberam que o treinamento pode aumentar a  HRV por diversas vias paralelas. O  profissional inicialmente auxilia o cliente a adquirir 3 habilidades  essenciais: 1) relaxamento físico e emocional; 2) Redução de pensamentos  ansiosos e emoções negativas; 3)  Respiração  diafragmática tranqüila e profunda. Em  seguida, o  cliente aprende a reconhecer e  produzir curvas senoidais  (curvas  RSA)  nas quais a  freqüência   cardíaca  e   a   respiratória variam   em   fase,    ou quase em fase.O HRV biofeedback pode reforçar o padrão respiratório  de 5 a 7  respirações por minuto e a produção de um pico dominante de HRV próximo a  0.1Hz. 
                              Pesquisa recente sugere que cada indivíduo  tem uma “freqüência ressonante” na qual a variabilidade do ritmo cardíaco é  máxima, e esta freqüência ressonante pode ser medida por instrumentos de  biofeedback. Embora não haja um valor ideal padrão para todas as pessoas, esta  freqüência ressonante   é produzida  mais freqüentemente por pessoas com um estado  mental relaxado, positivas emocionalmente, respirando diafragmaticamente  a uma freqüência de 5 a 7 respirações por minuto. A  respiração relaxada a uma freqüência de 6 respirações por minuto produz um pico  de HRV a 0.1Hz. É importante lembrar que um décimo de um hertz é igual a um  décimo de um ciclo por segundo, portanto, 0.1Hz é matematicamente igual a seis  ciclos por minuto. As outras medidas de HRV também tendem a se elevar quando a  mudança de ritmos cardíacos é dominada por ritmos no intervalo de baixa  freqüência.  Sendo assim, um cliente  submetido a HRV       biofeedback  deve ser diretamente  recompensado   peloaumento de um dos índices de variabilidade (HR Max — HR Min ; SDNN ;  pNN50). 
                              Há alguma pesquisa em  andamento que  dê apoio ao HRV  biofeedback? 
                              Pesquisas psicofisiológicas sugerem que essas  faixas de freqüência refletem diferentes influências biológicas. A freqüência  alta é associada com vias parassimpáticas, com a influência da respiração em  freqüências normais e com o tônus vagal. A faixa de freqüências baixas é  associada com a influência da pressão arterial (barorreceptores) nos ritmos  cardíacos, e meditação e respiração lenta aumenta esta freqüência. A faixa das  freqüências muito baixas é associada com ativação simpática, ou mais  provavelmente com a inibição do freio parassimpático e também com  influências de regulação térmica e visceral.  Lembranças negativas e preocupação aumentam essa faixa. Por fim, a faixa das  freqüências ultra baixas é associada com influências biológicas de ação mais  lenta. Diversos achados clínicos mostram a importância da variabilidade  cardíaca. Mudanças nos ritmos do coração ocorrem antes de um feto entrar em  distress  e variabilidade reduzida está  relacionada à morte súbita infantil.  Uma  baixa HRV prevê um maior risco de outros sintomas cardíacos e morte após um  ataque cardíaco.  Uma baixa HRV indica um  maior risco de morte nos adultos, especialmente por morte súbita. Vários  estudos também demonstram que a depressão clínica também diminui  a variabilidade do ritmo cardíaco. 
                              Qual a relação entre  Variabilidade do Ritmo Cardíaco e Biofeedback? 
                              Biofeedback de Variabilidade de Ritmo  Cardíaco, ou HRV Biofeedback é uma nova técnica usada no treinamento de pessoas  para que mudem a sua HRV e os seus ritmos dominantes na sua atividade cardíaca.  O uso de HRV biofeedback começou na Rússia, onde era aplicado no tratamento da  asma e de muitos outros problemas de saúde. Em vários lugares nos Estados  Unidos estão sendo conduzidas pesquisas que utilizam o HRV biofeedback no  tratamento de diversos problemas médicos e psiquiátricos, entre eles: raiva,  distúrbios de ansiedade, asma, problemas cardiovasculares, doença pulmonar  obstrutiva crônica,  síndrome do cólon  irritável, fadiga crônica e dor crônica. 
                              O treino por biofeedback pode ter seu foco  em aumentar a quantidade de HRV em um intervalo de freqüência específico. Até o  momento o ideal parece ser aumentar a quantidade de variação cardíaca no  intervalo de LF. O psicólogo russo Evgeny Vaschillow sugere a hipótese de que  há uma freqüência ressonante inerente a cada organismo que é ideal para a  saúde. Para a maioria das pessoas, tal freqüência ressonante envolve  a dominância de variações cardíacas no  intervalo de LF por volta de 0.1Hz. HRV biofeedback pode, portanto, guiar o  cliente para um direcionamento da HRV global para o intervalo LF.  
                              A Variabilidade do ritmo  cardíaco muda com a idade? 
                              Conforme os seres humanos envelhecem ou  adoecem, a variabilidade total do ritmo cardíaco se reduz, e o risco de doenças  e morte aumenta. Pessoas na casa dos vinte anos frequentemente mostram uma  variação de cinco a dez pontos entre o ponto alto e o baixo de sua freqüência  cardíaca. Pessoas com mais de cinqüenta anos freqüentemente mostram uma  variação de três a cinco pontos.   Sujeitos mais fisicamente ativos geralmente têm uma variação maior que  sujeitos menos ativos. O HRV biofeedback permite que as pessoas aumentem essa  variabilidade, às vezes produzindo variações de 50 batidas por minuto durante o  treino. O treinamento por HRV biofeedback pode ter seu foco em aumentar o  índice de HR max – HR min.    |